DESVENDANDO FILMES

Um olhar genuíno e gratuito sobre filmes suspeitos.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Deixa eu contar uma coisa: há alguns dias, de madrugada, dois homens se engalfinharam aqui na rua, vi tudo da janela, e por certo motivo que vou expor aqui a cena ainda não saiu da minha cabeça. Moramos na casa da minha sogra, no Centro. Logo adiante, na mesma rua, há um boteco de almofadinhas, O Lorde. Como se sabe, poucos lugares são mais propícios para se arrumar uma confusão do que essas chamadas casas noturnas. Arena para o flerte e os jogos amorosos, regados a bebidas e outros tipos de entorpecentes, certamente de uma hora para outra, algum conflito se instaura, algum calo é pisado, alguém vai roçar de maneira indevida na mulher do próximo, ou algo de gênero. Então a bomba estoura. Em geral dentro mesmo do estabelecimento, com o envolvimento da segurança e até de gente que a princípio nada tem que ver com a confusão. Porém, nem tudo está perdido, como ficou comprovado na briga daquela madrugada. Pois certamente os dois contendores, iniciada a desavença, convocaram-se mutuamente para resolver a pendenga na rua. Que nem antigamente. Quem disse que o hábito estava perdido?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cine B

Em meio a esse ciclo, o cineasta catalão Jess Franco começa a aprontar das suas. Já havia filmado Drácula, na versão mais fiel ao livro até hoje, com Christopher Lee e Klaus Kinski. Em Vampyros Lesbos (lançado em 1971) há uma continuação da história, com a deslumbrante Soledad Miranda vivendo uma certa condessa Nadine Carody. Tudo bem, não fosse várias versões do filme a tratarem por Lucy Westenra (ou Lucy Harker), o mesmo papel que ela viveu no já citado Drácula. Nessa variante, a advogada Linda Westinghouse é atraída para o círculo de relações da já citada Lucy/ Nadine, esta sempre sedenta por pescoços femininos. Tudo isso filmado de maneira delirante por Franco, com uma belíssima trilha psicodélica.





Franco ainda teria fôlego para, bem à sua maneira, retomar o tema de maneira mais direta em Female Vampire / La Comtesse Noir (1973). Sem poder contar com Soledad, morta num acidente de carro em 1970, ele escalou a açoriana Lina Romay no papel da sedutora Condessa Irina. De novo, por mais que em sempre isso fique claro à primeira vista, há pistas o suficiente para justificar a hipótese de se tratar da mesma Lucy/Nadine dos filmes anteriores. As limitações de Romay como atriz (e o bom senso de Franco) acabaram por deixar sua personagem muda por grande parte do filme, dando destaque à sua expressão corporal e expressividade facial.